26 de julho de 2025

Cordão da Bola Preta homenageia o Rio nos 460 anos da ‘Cidade Maravilhosa’


Com o tema ‘Rio, eu te amo’, o bloco leva para as ruas cariocas a paixão pela cidade. Foliões começaram a chegar antes das 8h para curtir o bloco neste sábado (1°) de carnaval. Estandarte do Cordão da Bola Preta
Alex Ferro/Riotur
O centenário Cordão da Bola Preta, referência carnavalesca que arrasta a maior multidão do Rio para o Centro da cidade, desfila neste sábado (1º), dia em que a Cidade Maravilhosa completa 460 anos.
Com o tema “Rio, eu te amo”, o bloco leva para as ruas cariocas a paixão pela cidade. O desfile acontece na Rua Primeiro de Março, a partir das 9h, e vai até a Avenida Presidente Antônio Carlos, às 13h. Mas, pouco antes das 8h, os foliões já se concentravam no local.
Fundado em 1918, o Cordão do Bola Preta desfila no Centro do Rio com as cores brancas e pretas e sua banda formada por percussão e metais. O bloco, que já levou mais de 2 milhões de pessoas para a festa de rua, sai na Rua Primeiro de Março.
Assim como no último ano, a Polícia Militar montou pontos de barreiras nas entradas da Avenida Primeiro de Março. Os foliões são revistados e só depois acessam ao local do desfile.
Luciana Pereira, de Malévola, no Cordão da Bola Preta
Rafael Nascimento / g1 Rio
Pouco antes das 8h, as amigas Luciene Pereira Martins e Luciana Paula já estavam em frente ao primeiro trio do bloco. Enquanto uma vinha pela primeira vez, a outra já frequenta o cortejo já 8 carnavais.
“Essa é a minha primeira vez. Eu moro em Sepetiba, na Zona Oeste, e foi uma saga. Acordei às 4h, saí de casa às 5h e foi até o metrô da Barra. Lá, peguei o metrô e desembarquei na Uruguaiana”, conta Luciene Pereira.
Um grupo de 40 pessoas se fantasiou de garis — com direito a vassouras, pás e caçambas de lixo — e foi para o bloco. Todos parentes, eles saíram de Realengo, Zona Oeste, ainda de madrugada.
Grupo se fantasiou de garis no desfile do Cordão da Bola Preta.
Rafael Nascimento / g1 Rio
“Esse é uma homenagem ao meu pai. Ele trabalha há mais de 20 anos na companhia de lixo do Rio. Queremos mostrar a importância desse turma para a cidade”, conta Elisa da Silva, auxiliar administrativo.
Segundo ela, quando ele soube da homenagem, o pai ficou muito emocionado. “Infelizmente, ele não está aqui porque está de plantão”, contou.
Segundo Pedro Ernesto Marinho, presidente do Cordão da Bola Preta, a responsabilidade de carregar esse pavilhão é grande.
“O Bola Preta é a essência do Rio. Ele não seria o que é em outra cidade. Para nós, desfilar no 460 anos é uma honra. É a manutenção de uma essência do carnaval. O Bola Preta defende a cultura da cidade e suas tradições. Sem carnaval não haveria Bola Preta e quando não tem Bola Preta o carnaval não é igual”, garante Marinho.
Ângela de Moraes, 70 anos, foliã do Cordão da Bola Preta
Rafael Nascimento / g1 Rio
A foliã Ângela de Moraes, de 70 anos, é Cavalcante, na Zona Norte do Rio, e frequenta o bloco desde quando era criança.
“Eu vinha com a minha mãe quando eu ainda era bebê. Ela se foi, e eu continuo vindo. A cada ano eu faço uma fantasia diferente”, conta a aposentada, que neste ano está com a fantasia “quem não chora, não mama”.

Mais Notícias