Alunos do Instituto Federal participam da 18ª Mostra Brasileira de Foguetes (Mobfog) e querem superar a própria marca em competição nacional. Adolescentes de Sertãozinho, SP, transformam garrafa pet em foguete
Construir foguetes em sala de aula? No Instituto Federal de São Paulo (IFSP) em Sertãozinho (SP), as aulas de matemática, química e física resultaram em uma atividade curiosa que conquistou os estudantes. Com base em tudo que aprenderam nas disciplinas, eles desenvolveram os protótipos e, agora, vão lançá-los de olho na Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA).
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A turma supervisionada pelo professor de física Ailton Vasconcelos da Cunha tem alunos que detêm o recorde nacional de distância percorrida com foguetes experimentais, o que aumenta as expectativas.
“Temos equipes muito boas, recordistas atuais, e as nossas chances são muito boas de fazer bonito lá”, diz Cunha.
Os adolescentes participam da 18ª Mostra Brasileira de Foguetes (Mobfog) – etapa escolar, que é uma olimpíada experimental. Nela, os estudantes precisam construir e lançar foguetes a partir de uma base fixa ao chão e que devem percorrer a maior distância possível.
O objetivo é despertar nos alunos o interesse por astronáutica, física e astronomia.
Estudantes do IFSP de Sertãozinho, SP, constroem foguetes em sala de aula
Carlos Trinca/EPTV
Na sala de aula, eles usam garrafas retornáveis como matéria-prima. Outras peças podem ser feitas por impressão 3D, para tentar fazer com que o desempenho dos protótipos supere as expectativas. O combustível usado é uma mistura, em qualquer proporção, de vinagre (com concentração de 4% de ácido acético) e bicarbonato de sódio (puro ou contido no fermento em pó).
O estudante Pedro Bondezan, de 17 anos, afirma que o primeiro foguete desenvolvido pela equipe dele quase não saiu da base, mas que os erros ajudaram o time a rever o projeto para obter resultados mais ousados.
“Os nossos primeiros lançamentos eram bem mal acabados, malfeitos. Nosso primeiro lançamento foi coisa de dez metros, mal saiu da base, e, hoje em dia, a gente vai melhorando, sempre tentando alcançar o nosso melhor. Nosso recorde foi 290 metros”, afirma.
Estudantes do IFSP de Sertãozinho, SP, constroem foguetes em sala de aula
Carlos Trinca/EPTV
De acordo com Pedro, a experiência interdisciplinar também ajuda na troca de conhecimentos.
“A olimpíada é interdisciplinar, vai exigir conhecimentos de física, química, e pra quem vai fazer com impressão 3D, umas coisas mais elaboradas, vai exigir conhecimento de software de modelagem 3D. Em uma olimpíada só você adquire conhecimento de várias áreas”, avalia.
O professor Ailton Vasconcelos da Cunha disse que os estudantes participam há três anos da Mobfog e os resultados têm alçado os jovens a voos mais longos.
Em 2023, uma das equipes de Sertãozinho foi vice-campeã nacional no Rio de Janeiro.
Na última semana, os mesmos alunos participaram da Copa Sudeste de Foguetes, realizada em Lavras (MG), e quebraram um recorde.
“A equipe Aerospace bateu o recorde histórico nacional lançando [o foguete] a uma distância de 494 metros. Eles até ofereceram oficinas de construção de foguetes para os novos que estão chegando. Estão passando o conhecimento para a frente”, diz Cunha.
Estudantes do IFSP de Sertãozinho, SP, constroem foguetes em sala de aula
Carlos Trinca/EPTV
Durante a competição oficial que vai reunir 18 equipes na quarta-feira (15) e na quinta-feira (16), as distâncias percorridas por cada foguete serão lançadas no sistema da Olimpíada Brasileira de Astronomia (OBA).
“As melhores equipes são convidadas a participar de um campeonato nacional no Rio de Janeiro e lá vamos ter equipes do Brasil inteiro participando, em agosto e setembro. Agora, os meninos querem atingir os 500 metros, que seria uma nova marca histórica.”
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