7 de julho de 2025

Gripe aviária: ‘Foco foi contido’, diz ministro da Agricultura sobre caso em Montenegro


Governo afirma que há uma nova suspeita em investigação em granja comercial em Teotônia (RS). O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, durante audiência na Câmara, no dia 28 de maio.
Vinicius Loures/Câmara dos Deputados
O ministro da Agricultura e Pecuária, Carlos Fávaro, disse nesta quarta-feira (4), em coletiva de imprensa, que o foco de gripe aviária em Montenegro (RS) foi contido e que a doença não se espalhou para fora da granja.
“É importante dizer que nós estamos com 14 dias de vazio sanitário, e não tem mais morte de animal. Portanto fica muito comprovado que o caso [de gripe aviária] não saiu da granja para fora”, disse.
O vazio sanitário corresponde aos 28 dias que começaram a ser contados após a desinfecção da granja em Montenegro, e que correspondem ao ciclo do vírus (saiba mais abaixo).
“Esse vírus é tão letal que, em 4 ou 5 dias, não sobrevive um animal. Se não tem animal morrendo, o foco foi contido”, reforçou.
Durante a coletiva, o Ministério informou que há um novo caso suspeito de H5N1 em investigação em uma granja comercial, em Teotônia (RS).
“Foram identificados alguns animais que chegaram no abatedouro com alguns sintomas. Amostra colhida, encaminhada ao laboratório e vamos aguardar o resultado. É uma investigação em andamento”, disse o diretor substituto do Departamento de Saúde Animal, Bruno Cotta.
Fávaro comentou ainda que as negociações com os países que bloquearam as importações de frango do Brasil continuam.
“Por exemplo, China e UE são países importantes e já está em negociação para redução do raio do foco. A UE já fez, encaminhou questionário para o Mapa [Ministério da Agricultura]. Já respondemos e estamos devolvendo na expectativa que reduzam as restrições. A China também”, disse.
“Com relação às perdas comerciais, elas existem. Mas, de novo, é uma questão lógica. Se você pensar que 70% da produção fica no mercado interno, que 30% fica para o mercado externo. Dos 21 [países que bloquearam totalmente o Brasil], a China é um pedaço. Há uma diminuição do fluxo comercial, mas não tão importante assim”, afirmou.
Embargos
Há três semanas, o Brasil registrou o seu 1º caso de H5N1 em uma granja comercial, em Montenegro (RS), o que paralisou parcialmente ou totalmente as exportações de frango para mais de 30 países e blocos.
A China, principal compradora do Brasil, bloqueou a carne de todo o país, assim como a União Europeia.
Já Emirados Árabes e Japão – segundo e terceiro maiores importadores – limitaram a suspensão apenas de Montenrgro (RS), o que gera um impacto pequeno.
Isso porque há apenas um frigorífico que exporta frango no município e ele fica fora do raio de 10 km do foco da doença.
Já Arábia Saudita, que é o quarto maior cliente, parou de comprar de todo o Rio Grande do Sul. Veja lista completa de embargos.
Foco em Montenegro encerrado
O foco de gripe aviária na granja comercial em Montenegro (RS) foi encerrado no dia 24 de maio. E não há, até essa quarta-feira (4), nenhum outro foco de gripe aviária em uma granja comercial, apenas em aves silvestres ou de criação doméstica.
O Brasil só poderá se declarar livre gripe aviária se não registrar nenhum caso confirmado da doença em granja comercial até o dia 18 de junho.
Esse prazo corresponde aos 28 dias que começaram a ser contados em 22 de maio, um dia depois da desinfecção total da granja de Montenegro.
Esse prazo é chamado de vazio sanitário e corresponde ao ciclo do vírus H5N1.
Segundo o governo, esse é um tempo essencial para garantir que não haja vestígios do vírus no ambiente antes da retomada das atividades na granja. Isso contribuir para a contenção da doença e a segurança sanitária da avicultura na região.
A partir do dia 18 de junho – se não houver novos casos –, o governo vai começar a negociar com os países a reabertura das exportações.
Frango em números
Arte g1

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