15 de julho de 2025

Moradores de Canudos do Vale (RS) trabalharam juntos para religar os dois lados do município

Cidade de 1,8 mil habitantes fica na parte baixa do Vale do Taquari e é cortada pelo Arroio Forquetinha. Metade da população vive de um lado do rio e a outra metade, do outro. Moradores de Canudos do Vale, RS, se uniram para religar os dois lados do município
No Vale do Taquari, moradores de Canudos do Vale se uniram para religar os dois lados do município.
Mesmo debaixo de chuva e com o arroio cheio, os moradores resolveram construir a passarela.
“Fizemos o buraco aqui e colocamos os postes, e a ponte ficou pronta. Até no sábado de noite já tinha gente passando”, diz o agricultor Valdemiro Primaz.
Foi um dia de trabalho e cada morador ajudou como pôde.
“Eu, como táxi, às vezes tinha que correr até Lajeado para buscar alguma peça que não tinha no momento”, conta o taxista Jacinto Flavio Schmidt.
Canudos do Vale fica na parte baixa do Vale do Taquari. É uma cidade de 1,8 mil habitantes, cortada pelo Arroio Forquetinha. Metade da população vive de um lado do rio e a outra metade, do outro.
E assim também são os serviços. De um lado fica o posto de saúde, o maquinário da prefeitura. Do outro lado, o supermercado, o posto de combustíveis. Por isso, essa travessia era tão importante e precisava sair o mais rápido possível.
Repórter: E quando conseguiu a travessia, qual foi a primeira coisa que vocês vieram fazer aqui?
Vandriani Rodrigues da Silva, vendedora: Mercado, que a gente estava sem. Do lado de lá não tem. O município é pequeno, não tem muita opção.
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A ponte para os carros também foi feita com a união de todos. A prefeitura conseguiu uma empresa para operar as máquinas e os moradores ajudaram na construção.
Foi um problema para conseguir fazer o trabalho pesado. Isso porque as máquinas estavam de um lado do rio e os funcionários que operam elas, do outro. Eles tiveram que fazer uma volta de 130 km ara chegar até o maquinário. E, no retorno, tiveram que abrir o caminho porque haviam várias barreiras pela estrada. Ele levaram um dia e meio para chegar até o outro lado da cidade.
O aposentado Natali João Perin, de 80 anos, veio do outro lado para pegar doações e fazer compras. Ainda ia caminhar uma hora até em casa. E ele é a prova de que, para viver lá, tem que ser com perseverança.
“Um ajuda o outro. Quem pode mais ajuda com uma coisa, outro ajuda com outra e vai indo. Vai voltar a normalizar, vai voltar como era”, afirma.
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