28 de junho de 2025

Moradores de Porto Alegre aguardam a conclusão de obra que deveria ter sido entregue há mais de 10 anos

Os trabalhos de duplicação da Avenida Tronco começaram em maio de 2012. Três Copas do Mundo depois, ainda tem canteiro de obras por lá. Moradores de Porto Alegre aguardam conclusão de obra que deveria ter sido entregue há 10 anos
Moradores de Porto Alegre aguardam a conclusão de uma obra que deveria ter sido entregue há mais de dez anos.
Estádio Beira-Rio, palco, em Porto Alegre, da Copa de 2014. Todo o entorno se transformou para a competição. Avenidas duplicadas, corredores de ônibus e um viaduto estaiado foram entregues às vésperas do mundial. Das dezoito obras previstas, a maioria foi concluída fora do prazo e uma não terminou até hoje.
Um dos trechos do projeto de duplicação da Avenida Tronco liga a Zona Sul com a Zona Leste da cidade. Os trabalhos começaram em maio de 2012. Quase doze anos e três Copas do Mundo depois, ainda tem canteiro de obras por lá.
Ao longo de 6 km foram construídos corredores de ônibus e ciclovias. Um investimento de R$ 83 milhões. Recursos do município obtidos através de contratos de financiamento. Mas o dinheiro não garantiu agilidade.
“São mudanças… Aqui tinham muitos assentamentos, questões de projetos que precisavam ser melhor estudados e acabou atrasando, isso tudo fazendo com que a obra atrasasse. Além da questão do fluxo de caixa da prefeitura e dos financiamentos. Mas também tem questões de projetos, de qualificação que precisaram ser melhorados ao longo da execução”, afirma André Flores, secretário de Obras e Infraestrutura de Porto Alegre.
Viviam na área de duplicação da avenida 1,5 mil famílias. Algumas aceitaram o valor oferecido pelos imóveis, outras receberam um bônus moradia enquanto aguardam a construção de condomínios.
“Todo mundo saiu, a maioria. Os meus amigos. A maioria foi tudo embora. Tiveram que sair por causa da obra”, conta a dona de casa Berenice Vargas.
O gasto para realocação chegou a R$ 300 milhões. A última moradora a aceitar o acordo de indenização saiu de casa em dezembro de 2021.
“Então, a gente precisa, quando for planejar as obras, calcular não só o custo financeiro dela, como o impacto social de fazer uma obra desse porte na cidade”, afirma André Flores.
“Essa rua aí demorou, está demorando ainda para sair. E aí estamos esperando. Tem mais um buracão ali para fazer. Estamos esperando”, diz o pintor Pedro Almeida dos Santos.
Faltam 60 m de asfalto. A nova previsão é que o trânsito esteja totalmente liberado no fim de abril. Mas ainda vão faltar um muro de contenção e os acabamentos da obra.
“Agora ainda tem um certo fluxo, mas, mesmo assim, ainda conturbado porque tranco o fluxo aqui para o pessoal que tem o comércio. Prejudica nesse sentido. E a gente está no aguardo também para ver até quando vai essa obra”, diz o representante comercial Nelson Seixas.
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