Classificação de tiro acidental só é usada quando o disparo ocorre sem que o gatilho seja acionado, o que não aconteceu neste caso, já que o gatilho foi puxado e a arma não apresentou falhas. A adolescente Kethlyn Vitoria de Souza, de 15 anos, foi levada até o hospital pelo namorado, um médico de 29 anos.
Reprodução
A Perícia Oficial e Identificação Técnica (Politec) voltou atrás, nesta quarta-feira (28), na conclusão inicial de que o tiro que matou a adolescente Kethlyn Vitória de Souza, de 15 anos, havia sido acidental. Novos laudos apontam que o disparo foi voluntário, ou seja, com o gatilho da arma acionado.
O autor do disparo foi o namorado da vítima, o médico Bruno Felisberto do Nascimento Tomiello, de 29 anos. O caso aconteceu em Guarantã do Norte, a 721 km de Cuiabá, no dia 3 de maio.
Clique aqui para seguir o canal do g1 MT no WhatsApp
Segundo a perícia, a classificação de “tiro acidental” só é usada quando o disparo acontece sem o acionamento do gatilho, o que não aconteceu neste caso, já que não foram encontradas falhas na arma.
Mesmo com a mudança do laudo, ainda não é possível determinar se Bruno teve ou não a intenção de matar Kethlyn e a motivação do crime também é investigada pela polícia.
No começo do mês, o médico participou da simulação do crime e permanece indiciado por feminicídio e outros cinco crimes, pois assumiu o risco ao “brincar” com a arma dentro do veículo, sem nenhuma segurança à vítima.
A reconstituição do crime
LEIA MAIS:
FOTOS: médico faz simulação de crime que matou namorada adolescente com tiro na cabeça
INVESTIGAÇÃO: O que se sabe sobre caso de médico preso por morte de namorada
VÍDEO: Médico brincando com arma ao lado da namorada de 15 anos dias antes de ela ser morta
CRONOLOGIA: Namorada de médico teve morte constatada 33 minutos após saída de bar em MT, diz polícia
Relembre o caso
Médico brinca com arma ao lado da namorada de 15 anos dias antes de ser morta
A Polícia Militar informou que a adolescente foi levada até uma unidade de saúde do município pelo namorado, com ferimento de arma de fogo na cabeça. Segundo testemunhas, Bruno aparentava estar muito abalado.
A jovem foi atendida por uma equipe médica que tentou reanimá-la por cerca de 40 minutos, mas ela morreu no hospital. Ainda conforme testemunhas, ao constatar a morte da adolescente, Bruno ficou nervoso e tentou danificar alguns móveis do hospital, como janelas e portas.
Em depoimento à polícia, Bruno disse que no dia do ocorrido, Kethlyn sentou no colo dele para dirigir o carro em que os dois estavam e que, neste momento, ele estava com a arma na mão. Ele relatou que tentou efetuar um disparo para fora no veículo, mas sem sucesso. Ao tentar verificar o que tinha dado errado, ocorreu o disparo acidental, que atingiu a cabeça de Kethlyn.
O advogado de defesa, Fábio Henrique, alegou que o disparo foi acidental e que Bruno havia ingerido bebida alcoólica no momento do crime. Segundo a polícia, Bruno não tinha porte de armas.
Um vídeo publicado nas redes sociais dias antes do homicídio mostra o médico brincando com uma arma de fogo ao lado de Kethlyn (assista acima).
Quais as diferenças entre o homicídio culposo e doloso?