Polícia diz que namorada matou Luiz Marcelo Antônio Ormond para roubá-lo e passou cerca de 3 dias com o cadáver no imóvel. Suspeito encontrado com celular e computador de empresário encontrado morto em apartamento está preso por receptação
O homem que estava com o carro, celular e computador do empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond foi preso em flagrante por receptação. A investigação aponta que os bens foram vendidos em Cabo Frio, na Região dos Lagos.
A cigana Suyane Breschak, amiga de Júlia, foi presa por suspeita de participar da trama, recebendo bens da vítima, segundo a polícia. Há a informação de que o carro, por exemplo, foi vendido por R$ 75 mil.
Abordado pelos policiais, o homem que estava na posse do carro chegou a apresentar um documento escrito à mão, que ele disse ter sido assinado pela vítima, transferindo o bem.
A Polícia Civil investiga se ele pode ter sido assassinado com um brigadeirão envenenado. A principal suspeita do crime, a namorada de Luiz, Júlia Andrade Cathermol Pimenta, está foragida.
As investigações da polícia sobre a morte começaram no dia 20 de maio, quando o corpo foi encontrado em estado avançado de decomposição, no apartamento onde ele morava, no Engenho de Dentro.
A polícia também encontrou um analgésico forte na cena do crime e apurou que Júlia, 9 dias antes da última imagem de Luiz vivo, foi até uma farmácia e pediu medicamento de uso controlado.
Namorada é suspeita de dopar e matar empresário no Engenho Novo com ajuda de cigana
Segundo as investigações, Júlia cometeu o crime para ficar com bens e valores da vítima. Ela já é considerada foragida. A polícia também acredita que Julia conviveu com o corpo durante todo o fim de semana.
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O corpo de Luiz foi achado no sofá da sala, ao lado de cartelas de morfina. Ele estava sentado, com dois ventiladores ligados — um no teto e outro no chão — em direção à janela, que estava aberta.
A cena chamou atenção e levantou suspeitas de que a morte não tenha sido natural. A polícia foi chamada e fez uma perícia no local. O caso passou a ser investigado pela 25ª DP (Engenho Novo).
Júlia Andrade Cathermol Pimenta é procurada pela morte do namorado, o empresário Luiz Marcelo Antônio Ormond
Reprodução
Segundo os vizinhos, Luiz Marcelo foi visto pela última vez na tarde de sexta-feira (17), saindo da piscina. Ele estava acompanhado da namorada.
O laudo do Instituto Médico-Legal apontou que ele morreu de 3 a 6 dias antes do corpo ser achado. A causa da morte foi inconclusiva para marcas aparentes e lesões, mas a polícia solicitou exames complementares, que ainda não ficaram prontos.
A namorada foi intimada a depor dois dias depois do cadáver ter sido achado. À polícia, ela disse que saiu da casa de Luiz na segunda após uma briga no domingo, mas informou que ele estava bem e chegou a preparar o café da manhã para ela.
Os investigadores tiveram acesso às imagens do circuito de câmeras do prédio, que mostram Luiz e Júlia na sexta-feira no elevador, indo e voltando da piscina.
Saiu do prédio com malas
A polícia descobriu que Júlia deixou o prédio com malas às 13h da segunda-feira (20). No sábado, ela já tinha saído com o carro de Luiz, mas retornou sem ele.
Ela contou que deixou o veículo na Maré para ser vendido, com a chave na ignição, mas não sabe o que aconteceu.
Os investigadores, no entanto, descobriram que Júlia passou com o carro na Via Lagos, no sentido Cabo Frio. Na cidade litorânea, ela encontrou um casal de amigos, que ficou com o carro. A mulher é a cigana Suyany.
Em depoimento informal prestado à polícia, o homem contou que a cigana pode ter ajudado Júlia a planejar o crime. Segundo ele, as duas ministravam medicamentos à vítima há algum tempo. Suyany foi presa na noite de terça-feira, em Cabo Frio, na Região dos Lagos.
Na delegacia, ela contou que conheceu Júlia há 12 anos e já havia feito “trabalhos” para ela com alguns ex-namorados. Disse ainda que, por conta desses “trabalhos”, Júlia contraiu uma dívida de R$ 600 mil e que vinha pagando, há cinco anos, R$ 5 mil mensais.
Polícia divulga cartaz pedindo informações
Polícia divulga cartaz pedindo informações de Júlia Andrade Cathermol Pimenta, suspeita de matar o namorado
Divulgação
O Disque Denúncia, divulgou nesta quarta-feira (29), um cartaz para ajudar no inquérito policial instaurado pela 25ª DP (Engenho Novo), a fim de obter informações que possam levar à localização e prisão de Júlia Andrade Cathermol Pimenta.
A cigana revelou que a suspeita trabalhava como garota de programa e que todos os “trabalhos” eram feitos para que os companheiros não descobrissem sua profissão. Suyany contou que soube da morte de Luiz Marcelo no dia 18, em um churrasco que fez com a amiga logo depois da entrega do veículo.
O carro da vítima teria sido entregue para amortizar a dívida em R$ 75 mil. O veículo, segundo a cigana, foi dado a um ex-namorado, que a ameaçava. Ele também teria recebido roupas e um ar-condicionado da vítima.
Júlia Andrade Cathermol Pimenta
Reprodução
Os agentes descobriram também que Júlia recebeu, na segunda, um cartão de conta conjunta com Luiz e usou o celular dele para falar com um homem com quem ele vinha negociando a venda de um imóvel.
Na mensagem, de acordo com a investigação, ela pediu que o comprador adiantasse a transferência de uma quantia de R$ 3 mil.