Nesse período, equipamento ficou estacionado na Vila do Trinta, que fica a cerca de 5 quilômetros do aeroporto. Usina foi transferida para o aeroporto nesta terça (21)
Ana Clara Marinho/TV Globo
A usina de asfalto adquirida para recuperação da pista do aeroporto de Fernando de Noronha foi levada para o local da obra nesta terça-feira (21). A transferência aconteceu 44 dias depois da chegada do equipamento à ilha. Durante esse período, a usina ficou estacionada na Vila do Trinta, que fica a cerca de 5 quilômetros do terminal aeroviário.
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Uma megaoperação foi montada para retirar o equipamento do navio de carga, no dia 8 de abril. Após sair do Porto de Santo Antônio, a usina ficou numa carreta, estacionada na Vila do Trinta. O equipamento pesa 30 toneladas e mede 22 metros de comprimento.
Os representantes da Secretaria de Mobilidade e Transportes (Semobi) informaram que a demora para transferência se deu porque seria necessário estudar o trajeto até o aeroporto para evitar acidentes com obstáculos como postes e árvores.
A operação de transferência da usina contou com o apoio de carros do governo do estado e da Neoenergia. Profissionais da empresa levantaram os fios para o equipamento passar.
A Polícia Militar fechou parte da BR-363, e a carreta com a usina de asfalto passou pela região do Bosque Flamboyant, Floresta Nova, Floresta Velha, Vacaria, Boldró. O comboio passou, ainda, pela Basinha até chegar ao aeroporto.
Aviões de grande porte proibidos
Devido aos problemas na pista do aeroporto, que apresentava fissuras e buracos, desde outubro de 2022, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) proíbe o pouso na ilha de aviões de grande porte, como Boeings e jatos.
Com a proibição, a companhia aérea Azul passou a operar com um avião menor, do modelo ATR, e a Gol suspendeu as atividades. A empresa Voepass iniciou viagens para Noronha em janeiro do ano passado com a aeronave ATR.
A obra de recuperação está orçada em R$ 60 milhões e é de responsabilidade do governo do estado, que não divulgou cronograma atualizado do serviço.
Comboio movimentou a ilha
Éverton César Targino/Acervo pessoal
O início da movimentação para a transferência da usina até o local da obra chamou a atenção dos moradores.
“Para a ilha, essa operação está sendo muito traumática, mas isso era esperado. É época de chuva, é complicado para ser feito, mas vamos na fé e na esperança de que vai dar certo”, disse a empresária Fernanda de Souza.
O dono de farmácia Lino Wessen Sultanum falou que a demora prejudica os moradores. “Nós esperamos que o serviço seja mais rápido que o transporte para Noronha e essa operação. A logística na ilha é muito complicada. A demora atrapalha os moradores de Fernando de Noronha. Com a conclusão dos trabalhos, nós esperamos que os preços das passagens áreas sejam reduzidos”, declarou Lino.
A camareira Lindaci Francelina aproveitou para filmar a operação. “Eu achei bonito, um carro grande, numa pista estreita. O rapaz é que tem de ser um bom piloto. A preocupação é que esse equipamento ficou muito tempo parado, poderia enferrujar”, falou Lindaci.
O motorista José Aureliano da Silva parou as atividades para ver a passagem da usina. “Eu quero ver, o caminhão é grande, eu nunca vi um equipamento desse, por isso tive curiosidade”, declarou José.
O gerente de Projetos Especial da Semobi, Antônio Olímpio, disse que a expectativa é iniciar a produção de asfalto no mês de junho.
“Nós devemos começar a pavimentação na segunda quinzena de junho. A nossa expectativa é concluir o eixo central da pista esteja pronto em dois meses. Em setembro, os jatos devem voltar a Fernando de Noronha”, previu Antônio Olímpio.
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